«Eu dirijo-me a vós, mulheres. Para vos dizer isto e só isto. Não me façam mais perguntas.
As mulheres que eu admiro, as mulheres que eu verdadeiramente admiro são as que se riem comigo e percebem sinceramente o que digo. São as que são menos femininas no vestir e mais criativas no sentir – quando a coragem deixa que o mostrem. São as que preferem calças e sapatos de homem, que até se estranha quando o vestido poem. São as que são menos perfeitas no andar, no maquilhar, no ser e no falar. São as que sabem ser sozinhas e querem realmente, às vezes, ser sozinhas – mas que lhes custa também às vezes estar sozinhas. São estas as mulheres que eu admiro.
Mas não são essas as mulheres com quem eu escolho ficar. Não são essas com quem vou acordar, nem que vou desejar. Não.
São as mulheres dos dentes brancos, do baton e do verniz. As que sabem a fruta e cheiram a flor de lis. São as mulheres que preferem a saia e ao sapato alto dão uso. As que conhecem as regras do jogo e precisam de mim para trocar um parafuso.
É com elas que eu escolho ficar. Não com vocês, ó mulheres que admiro e temo.
Culpado? Não, sou apenas homem.
»

2012.








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